Cadastro de produtos: como eles contribuem para o bom desempenho da farmácia

Baseado nos códigos de barras, o cadastro de produtos registra todas as entradas e, na farmácia, tem gestão efetiva realizada por softwares específicos para este mercado, incluindo informações como nome, EAN, descrição, indicações, preços de custo e venda, margem de lucro, origem, entre outras. Muitos deles disponibilizam, inclusive, atualizações automáticas.

“O cadastro é fundamental para as atividades do canal farma e faz parte do início do processo que termina com a venda correta”, resume o farmacêutico e presidente do Instituto de Desenvolvimento do Varejo Farmacêutico (IDVF), Vinícius Martins Pedroso. Antes de realizá-lo, porém, o profissional recomenda comparar os códigos de barras das embalagens com os que constam no pedido, assim como as devidas quantidades, para que tudo esteja de acordo com a nota fiscal emitida.

Os softwares permitem a inclusão de uma enormidade de dados, mas é preciso saber quais, efetivamente, são importantes e como serão usados. “A localização de um produto, por exemplo, pode ajudar no momento de encontrá-lo no PDV. Sinalizar as categorias e subcategorias possibilita o gerenciamento delas, a partir da geração de relatórios de vendas distintos. Já a inserção de princípios ativos e produtos equivalentes propicia a oferta de alternativas na hora da venda, pois o sistema sugere os correlatos”, exemplifica Tatiana Ferrara Bastos, farmacêutica e consultora especialista em varejo.

Quando bem-feito, o cadastro permite a dispensação correta das mercadorias, o controle efetivo de estoque e mix, a indicação de itens com maior margem de lucro para a loja, além de assertividade na gestão de tributos que, no varejo farmacêutico, são bem peculiares. “É importante dar atenção especial à classificação fiscal dos artigos para pagar os impostos corretamente. Muitas farmácias pagam a mais por conta de um cadastro fiscal malfeito”, salienta Vinícius.

Planejamento de ações

Pelo cadastro de produtos, é possível verificar quais categorias não estão com bom desempenho e investigar os possíveis motivos para, então, focar em ações promocionais para os itens que as compõem. “Pode-se também conduzir ações de CRM (Customer Relashionship Management ou, em português, Gestão de Relacionamento com o Cliente), em que as promoções são personalizadas de acordo com as necessidades do consumidor em questão. Assim, se ele, por exemplo, compra vitaminas, pode ser fidelizado com ações específicas nesta categoria”, sugere Tatiana.

O presidente do IDVF acrescenta que, a partir do cadastro e da curva de experiência ABC, um método de categorização de estoque que identifica os produtos mais importantes de uma empresa, ficam determinados os artigos que são formadores de opinião dentro da região e o tipo de público que a loja atende. Com isso, são analisados os descontos que serão promovidos.

Os malefícios dos cadastros incorretos

Dentro do varejo farmacêutico, esse cadastro é um elemento quase clichê, já que, de acordo com Tatiana, ele alimenta os dados para a emissão dos cupons fiscais e, no caso de produtos sob controle especial, também para o Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). Contudo, em muitas das farmácias, a desatualização dele ainda é uma realidade, o que gera uma série de prejuízos, como dificuldade no pagamento dos impostos e impossibilidade de conduzir ações de relacionamento com o cliente e verificar o desempenho dos funcionários.

“Há, ainda, perda de lucratividade por motivos como a falta de apoio para decisões gerenciais pela falta de emissão de relatórios detalhados de categorias e subcategorias. A venda também é prejudicada, uma vez que o sistema deixa de auxiliar o atendente a lembrar de opções de genéricos ou correlatos para complementá-la”, alerta a especialista.

Revista Panpharma